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Brasil e Japão: acordos estratégicos e oportunidades concretas para o comércio exterior

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  • 28 de mar.
  • 3 min de leitura

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A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão consolidou um novo ciclo nas relações econômicas e institucionais entre os dois países: o encontro com o Primeiro-Ministro japonês, Fumio Kishida, durante do Fórum Econômico Brasil - Japão, não se limitou à diplomacia: resultou na assinatura de dez acordos bilaterais e mais de 80 instrumentos de cooperação, com foco em áreas-chave como comércio, investimentos, transição energética, infraestrutura e segurança alimentar.



Impacto técnico e direto no comércio exterior


Do ponto de vista técnico, os desdobramentos da missão presidencial revelam impactos diretos sobre o ambiente de negócios brasileiro e as operações de comércio exterior. Os acordos não apenas fortalecem os laços econômicos entre os dois países, mas abrem espaço para iniciativas práticas que podem influenciar cadeias logísticas, acordos tarifários, rotas comerciais e procedimentos regulatórios e aduaneiros.



Parceria estratégica global e estabilidade institucional


Os líderes de Brasil e Japão reafirmaram a importância do multilateralismo e de uma ordem internacional baseada em regras. Esse alinhamento institucional reposiciona o Brasil no cenário global e estabelece uma base técnica mais sólida para o comércio internacional, ao reduzir riscos operacionais e ampliar a previsibilidade em negociações e contratos com parceiros estrangeiros.



Agroindústria: diferencial competitivo e oportunidades de acesso ao mercado japonês


O papel da agroindústria brasileira nessa relação é central. Durante o Fórum Econômico Brasil-Japão, o secretário executivo do MDIC, Márcio Elias Rosa, ressaltou a capacidade produtiva do Brasil e sua excelência fitossanitária como diferenciais competitivos.


O Japão, altamente dependente da importação de alimentos, é um mercado com alto padrão técnico, o que reforça a necessidade de compliance rigoroso nas operações de exportação, adequação a normas internacionais e padronização documental e sanitária.


Esse é um ponto crítico para operadores de comércio exterior que atuam no segmento agroindustrial.



Economia verde e transição energética: novos vetores de exportação


Outro ponto de atenção é o eixo da transição energética e da economia verde. O Brasil apresentou ao Japão propostas envolvendo biocombustíveis, etanol de segunda geração, biomassa, SAF (combustível sustentável para aviação), além de soluções voltadas à segurança climática.


O interesse japonês nessas agendas pode gerar fluxos comerciais especializados, acordos de transferência tecnológica, demandas logísticas específicas e até a aplicação de regimes aduaneiros especiais.



Avanços institucionais: sinalizações que fortalecem o ambiente de negócios


Durante os compromissos oficiais no Japão, o governo brasileiro destacou dois marcos recentes de grande relevância para o ambiente institucional e econômico do país: a aprovação da reforma tributária e a conclusão das negociações entre Mercosul e União Europeia. Ambas as iniciativas foram apresentadas como evidências do compromisso do Brasil com a modernização de sua estrutura econômica e com a integração aos grandes blocos comerciais internacionais.


Esses dois pilares institucionais fortalecem a imagem do Brasil como parceiro confiável no comércio global, ao mesmo tempo em que ampliam a previsibilidade econômica do país.


A redução de incertezas jurídicas e fiscais cria um ambiente mais seguro para a tomada de decisão por parte de investidores, favorece o planejamento de longo prazo por empresas nacionais e internacionais, e estimula a alocação de capital em setores produtivos estratégicos.


Com isso, a economia brasileira tende a ganhar em estabilidade, competitividade e capacidade de inserção nas cadeias globais de valor.



Oportunidades exigem ações do setor privado


A missão presidencial ao Japão demonstra um movimento objetivo e coordenado para reposicionar o Brasil como parceiro estratégico no comércio global. A combinação de acordos operacionais, compromissos ambientais, projetos tecnológicos e estabilidade institucional oferece um novo campo de oportunidades para o setor privado.


Caberá agora às empresas, entidades setoriais e operadores logísticos se organizarem para garantir conformidade regulatória, investir em tecnologia e logística avançada e, principalmente, aproveitar o novo cenário para expandir seu ambiente de negócios.


Por Marcelo Medeiros, CEO - SPSCOMEX

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